Especialistas explicam por que saber contratar bem e delegar é essencial para sair do operacional e escalar o negócio


Nos Estados Unidos, milhares de brasileiros atuam no mercado de limpeza e constroem seus negócios a partir do próprio esforço. No entanto, um dos maiores obstáculos para o crescimento dessas empresas não está na concorrência ou na falta de oportunidades e sim no medo de contratar e delegar funções.

Essa é a avaliação de Andre e Raphael Carvalho, fundadores da Imperiall e idealizadores do Programa Império, iniciativa focada no desenvolvimento de imigrantes brasileiros que empreendem no setor de limpeza comercial nos EUA. Segundo eles, é recorrente encontrar donos de negócio que centralizam todas as tarefas por medo de perder clientes caso um colaborador deixe a empresa, o que acaba limitando o crescimento e a profissionalização da operação.

“Esse medo é muito comum, principalmente entre quem começou do zero. A escassez acompanha o imigrante por muito tempo. O primeiro cliente vem com muito esforço e isso gera um apego enorme. A pessoa passa a acreditar que, se colocar alguém para trabalhar, corre o risco de perder tudo”, explica André.

De acordo com os especialistas, essa insegurança está diretamente ligada à ausência de sistemas básicos dentro do negócio. “Muitos contratam sem processo, sem análise, sem checar referências. Além disso, não sabem como atrair novos clientes de forma constante. Quando não há fluxo de novos contratos, o medo de perder aumenta”, afirma Raphael.

Eles destacam que não existe garantia absoluta de que um colaborador nunca tentará sair ou agir de forma inadequada, mas que processos bem estruturados reduzem drasticamente esse risco. “Um bom sistema de contratação, com perguntas certas, checagem de histórico e referências, já cria um filtro importante”, reforça André.

Outro ponto central é o relacionamento com o cliente. Para Raphael, o erro está em deixar toda a relação concentrada em uma única pessoa. “Quanto mais pessoas da empresa se relacionam com o cliente, menor a chance de alguém sair levando essa conta. O cliente precisa enxergar que ele se relaciona com a empresa, não com um indivíduo.”

Segundo os especialistas, visitas periódicas, acompanhamento da operação e presença da liderança fortalecem esse vínculo institucional. “Não dá para colocar tudo na mão de uma pessoa só. Isso não é estratégia. É risco”, resume André.

Andre e Raphael Carvalho

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